sexta-feira, 8 de julho de 2011

Juno [2007]


(de Jason Reitman. Idem, EUA, 2007) Com Ellen Page, Michael Cera, Jennifer Garner, Jason Bateman, Allison Janney, J.K. Simmons, Olivia Thirlby. Cotação: ****

“Juno” é, de cara, um dos filmes mais indies de 2007. Vez ou outra surgem esses filmes independentes, descolados, que caem na graça do público e das premiações. Foi o caso de “Pequena Miss Sunshine” (2006), e mais recentemente, “Minhas Mães e Meu Pai” (2010). O sucesso do filme foi tão grande que, dos seus quatro concorrentes ao Oscar de melhor filme em 2008, nenhum conseguiu ser tão rentável nas bilheterias. As razões parecem ser óbvias. Não é sempre que aparecem comédias juvenis realmente inteligentes, escritas por uma mulher que havia se tornado campeã de vendas com seu primeiro (e polêmico) livro, e claro, o carisma de Ellen Page, estrelando um de seus primeiros trabalhos importantes.

A colegial Juno MacGuff (Page) não poderia estar passando por uma situação pior. Com apenas 16 anos, ela descobriu estar grávida de seu melhor amigo, o tímido e inexpressivo Paulie Bleeker (Cera), após uma única transa. Sem saber como lidar com a situação, ela cogita um aborto, que é logo descartado por conta da fatídica informação de que fetos já possuem unhas. Busca então um casal para quem possa doar a criança quando nascer, acreditando que, dessa forma, estará fazendo uma ação realmente altruísta. Encontra o anúncio dos recém casados Mark (Bateman) e Vanessa (Garner) numa revista de classificados. Mas para isso, ela terá que contar o acontecido para seu pai, Mac (Simmons), e sua madrasta, Bren (Janney)

Quando disse que “Juno” é extremamente indie, eu não estava exagerando. Com sua introdução gráfica, diálogos abarrotados de referências e humor àcido, objetos como telefones em forma de sanduíche, e trilha sonora que contém presença de bandas como The Moldy Peaches e Belle & Sebastian (os pseudo-cults tiveram orgasmos com a trilha, que também virou sucesso de vendas), “Juno” assim se confirma como um marco para os estilosos em seu ano de lançamento. Tudo isso não faz com que o filme seja ruim. É, nas melhores das hipóteses, um dos melhores desse gênero que vem crescendo a cada ano nos EUA, sempre com fortes moldes cools.

O roteiro de Diablo Cody (vencedora do Oscar de melhor roteiro original - ver o perfil dela aqui) é o grande coringa. Polêmica, a ex-stripper monta sua história baseando-se em suas próprias referências, o que confunde a própria Juno em alguns momentos, já que seria incabível que uma garota de 16 anos pudesse ter a língua ferina e as reflexões críticas que a garota possui, ao mesmo tempo em que, querendo se dar conta de que Juno é uma personagem, Diablo tenta a fazer frágil e infantil em outros momentos, algo que fica mais acertado na metade do filme para o final. Juno pode até ter bom gosto cultural (é fã de Stooges e The Runaways, e considera Dario Argento o mestre do horror), mas também é insegura a ponto de dizer "eu não sei muito bem qual o tipo de garota eu sou". Parte da culpa da boa imagem que Juno tem é de Ellen Page, que já havia chamado a atenção em seu filme de dois anos antes, “Hard Candy”.

Enquanto Juno fica nesse meio termo entre a genial e patética, outras duas personagens me agradam bem mais. São os casos de Vanessa, interpretada com surpresa por Jennifer Garner, e Bren, a madrasta de Juno. Por motivos diferentes, as duas entregam as melhores cenas e os trabalhos mais convicentes de suas intérpretes (destaque também para o ótimo J.K. Simmons). Vanessa é a figura que mais cresce no filme, ganhando facetas mais surpreendentes e um final realmente emocionante. E Bren, ao contrário do que possa parecer, não é uma personagem passageira, tirando as melhores conclusões e concedendo os melhores conselhos (reais, eu diria) para sua enteada, que é tão imatura que parece não entender “a dinâmica de um casamento”. Eu poderia até dizer que o personagem de Jason Bateman também ganha facetas, mas ele acaba se tornando vítima de alguns preconceitos em relação aos nerds que Diablo não hesita em esconder.

Seria ótimo que filmes como “Juno” surgissem mais vezes no cinema. É um filme extremamente pretensioso, isso é inegável, mas é marcante. É aquela uma hora e meia que passa voando, e no final, sempre deixa fieliz a quem assiste.

11 comentários:

  1. Já falei né? É um dos meus favoritos desde sempre. Gosto de tudo nesse filme, desde as atuações ao excelente roteiro de Diablo Cody.

    Pra mim, é um grande filme xD hehehe

    Abs.

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  3. FILMAÇO!!!! Jason Reitman já tinha mostrado sua competencia no excelente "Obrigado por Fumar" mas, fiquei muito muito surpreso com aquela indicação ao OSCAR - adoro esse filme, e Ellen Page estava ótima.

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  4. AMO Juno com todo o meu coração. Jávi e revi várias vezes. É pretensioso, como vc mesmo disse, mas o carisma é enorme.

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  5. Sou o único que não acha esse filme grande coisa, aliás, eu gosto de Page nele, mas detesto Michael Cera, e o filme, no geral, é chatinho.

    abraço

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  6. Eu simplesmente amo esse filmes! Ellen Page é um grande achado!

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  7. Adoro esse filme. Revendo, ele não me dá o mesmo encantamento da primeira vez, mas a história ainda é ótima. E Ellen Page deve ser a única que consegue me fisgar do modo mais inconvencional possível.
    Abraços.

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  8. Faz bastante tempo que assisti. Mas lembro que o que mais gostei foi aquela introdução, hahahaha

    Bjs

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  9. Um filme leve e divertido.
    Gosto muito dos diálogos dele.

    Abs.

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  10. iii rapaz, eu chorei um monte quando fui no cinema ver Juno.

    Apenas do Michael Cera interpretar ele sempre, o resto dos atores tavam muito bem.

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