terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Martha Marcy May Marlene [2011]


(de Sean Durkin. Idem, EUA, 2011) Com Elizabeth Olsen, Brady Corbet, Hugh Dancy, Maria Dizzia, John Hawkes, Sarah Paulson. Cotação: ***

Já tinha ouvido falar deste filme por aí, quando vi notícias de que estava sendo bem recebido em festivais de cinema importantes como Sundance, ganhando indicações a prêmios como Independent Spirit Awards (o principal prêmio do cinema independente) e com presença constante nas listas de associações de críticos de vários Estados americanos. Tudo isso muito se deve ao trabalho notável de Elizabeth Olsen. E não se engane pelo sobrenome. Sim, ela é da mesma família das gêmeas Mary-Kate e Ashley Olsen, grandes conhecidas por nós graças aos seus inúmeros filmes e séries de TV de sucesso lançados ao longo dos anos 90. Esquecendo esta coincidência familiar, “Martha Marcy May Marlene” marca a estréia de Sean Durkin num trabalho que irá satisfazer poucas pessoas do público em geral.

De maneira pausada e quase ausente de bons recursos, o filme trata da volta de Martha (Elizabeth Olsen) para o contato da família que lhe resta, a irmã Lucy (Sarah Paulson) e o cunhado, após dois anos sem dar notícias. Ela esteve numa zona rural de Nova York, vivendo com um grupo de pessoas que faziam uma espécie de culto, no qual os homens ficam tocando violão o dia todo enquanto as mulheres fazem as tarefas domésticas, e a noite todo mundo dorme amontoada e fazem sexo grupal. Tudo isso é liderado pelo carismático Patrick (John Hawkes), um cara capaz de fazer uma verdadeira lavagem cerebral nos jovens que vivem naquela espécie de seita. Martha, que sempre está sendo testada e submetida às vontades do chefe desse lugar, resolve fugir e voltar ao convívio da irmã, mas não consegue dizer onde esteve, e suspeita de que pode estar sendo perseguida pelos antigos irmãos de sociedade.

Martha é uma personagem complicada de lidar. Suas memórias a tornaram uma pessoa imprevisível, sem saber lidar com a volta ao convívio com aqueles que estão fora do grupo do qual fez parte por algum tempo. Nadar pelada ou não respeitar a intimidade da irmã são pequenos exemplos que ficam soltos no filme pra apresentar alguma perda de discernimento por parte de Martha. Sempre fica aquele clima de não saber se o que ela vê é real ou não, se está sendo de fato vítima de perseguição ou seria algum desvio psicológico. O que fica quase certo o tempo todo é que suas várias identidades (Martha, Marlene, Marcy May) se colidem de uma forma introspectiva, para deixar a garota ainda mais confusa em relação ao seu presente e seu passado. A título de curiosidade, Martha é o seu nome verdadeiro, Marcy May é o nome que ela ganha de Patrick, e Marlene é o nome que todas as meninas do grupo têm que se apresentarem quando a casa comunitária recebe algum telefonema. Mas, afinal, quem é ela?

Essa é uma pergunta que vou deixar pra cada um responder quando forem assistir, pois poderá ficar em aberto, tanto quanto o seu enigmático desfecho (se é que posso chamar assim). É indicado principalmente para quem gostou, por exemplo, de “Inverno da Alma”, pois mesmo com a presença de John Hawkes fazendo um papel interessante nos dois filmes, ambos possuem semelhanças no trato estético, no tom pausado e nas atuações sublimes de suas respectivas protagonistas. Não chega a ser um grande filme, e fica suavemente esquecido depois de ter sido visto. Válido também para constatar de que não é só de tietagem que as irmãs Olsen sobrevivem. A irmã caçula faz um trabalho bem destacável. Só resta saber se continuará no bom caminho, ou este será um trabalho atípico de sua futura filmografia.

8 comentários:

  1. Então, pode soar repetitivo, mas a minha curiosidade se resume em conferir e tão elogiada atuação de Elizabeth Olsen. Só.

    ResponderExcluir
  2. Eu gostei mais do filme. Realmente, o nome que brilha é Elizabeth Olsen numa atuação muito boa. E gostei da sua comparação com Inverno da Alma, por mais que os assuntos fossem diferentes nos dois, o ritmo, o tom, a fotografia, quase tudo de Martha Marcy May Marlene me lembrou Inverno da Alma.

    ResponderExcluir
  3. Eu gostei mais do filme. Realmente, o nome que brilha é Elizabeth Olsen numa atuação muito boa. E gostei da sua comparação com Inverno da Alma, por mais que os assuntos fossem diferentes nos dois, o ritmo, o tom, a fotografia, quase tudo de Martha Marcy May Marlene me lembrou Inverno da Alma.

    ResponderExcluir
  4. Eu pensei que esse fosse ser o independente do ano, mas, passou batido, de qualquer forma irei conferir.

    ResponderExcluir
  5. Se é indicado para quem gostou de 'Inverno da Alma' vou deixar esse passar então...

    ResponderExcluir
  6. Como eu não gostei nada, nada mesmo, de INVERNO D'ALMA...

    O Falcão Maltês

    ResponderExcluir
  7. Fazia tempo que tava adiando esse filme, mas agora vou deixar de fazer isso e incluir na minha lista dos próximos a serem vistos.

    ResponderExcluir
  8. Ola Adécio,faz um tempo que por aqui não apareço,e muito me arrependo pois tuas matérias continuam muito boas ,como sempre.Passei para uma visitinha e deixar meu grande abraço.

    ResponderExcluir